O pai da criança vai responder por tentativa de feminicídio, estupro, violência psicológica, ameaça e injúria. Caso aconteceu no Paraná

A criança tentou intervir, mas não obteve sucesso. O homem atira para cima e a vítima se abaixa. Logo em seguida, ele chuta a perna da companheira. A vítima foi atingida momentos depois, entretanto, as câmeras de segurança não captaram as imagens.

O acusado estava foragido, mas já se apresentou à polícia na noite de segunda-feira, 27, de acordo com a delegada responsável pelo caso, Ana Hass.

Assista ao vídeo:

🔴Criança de 4 anos tenta impedir pai de atirar contra a mãe; assista ao vídeo⬇️ pic.twitter.com/mNGAebrPwq

— Portal SGC (@portalsgc_) March 1, 2023

“Ela relatou que estava correndo em ziguezague e que chegou a ouvir o projétil passando ao lado da cabeça dela e depois atingiu a perna. Mas conseguimos ver que ele tentou fazer com que ela não fugisse, desferindo vários chutes, tentando segurá-la e ele prosseguiu nas agressões”, comentou a delegada.

Ainda segundo Ana Hass, o suspeito já havia sido preso em flagrante por violência doméstica contra a esposa. A prisão aconteceu no ano passado, mas, na ocasião, a esposa não quis fazer o pedido de medida protetiva e acabou retomando o relacionamento com ele.

O caso chegou até a Polícia Civil do município por meio das redes sociais. A Secretaria de Políticas Públicas Para Mulheres de Guarapuava foi acionada para a adoção de medidas necessárias.

Um dos crimes que ele vai responder, é o de violência psicológica, justamente por ter cometido várias atitudes que mantiveram a vítima no ciclo de violência. Além disso, conforme a polícia, ele cometeu violência física anteriormente à situação e, também, há uma investigação sobre crime sexual que teria ocorrido na madrugada do dia anterior ao disparo.

“Mas toda essa violência psicológica se caracteriza por ele ter mantido ela em uma situação complicada, com relação à questão patrimonial, e utilizando até do próprio filho [de quatro anos], como as imagens mostram. Todas essas atitudes vão acabar sendo investigadas pelo crime de violência psicológica”, relata a delegada

FAMÍLIA DO ACUSADO

A Polícia Civil também ouviu a mãe do suspeito na segunda-feira, 27, pois ela também sofreu ameaças. “Ela mesma acompanhou a nora na delegacia e contou que recebeu um áudio em um grupo da família, por meio do qual disse [o suspeito] que não era pra ela se meter se não ele poderia, até mesmo, ‘dar um tiro na cara dela'”.

Ela e a nora já receberam acompanhamento da Polícia Civil e também do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram). Assim, elas receberam medida protetiva contra o agressor. Já a esposa do suspeito deve se manter acolhida até o mandado de prisão preventiva. “O perfil do agressor é um perfil de quem pode reincidir, já que ele estava foragido e com as armas”.

O homem permanece preso e a Polícia apreendeu as armas utilizadas e a caminhonete que aparecem no vídeo e, agora, vão ser encaminhados para perícia.

A Polícia Civil tem 10 dias para concluir o inquérito. Os próximos passos são a coleta de laudos policiais, de outros elementos e ouvir outras testemunhas necessárias.

“O filho do casal permanece sob os cuidados da avó e não há informações se ele retornará a conviver com a mãe”, analisa a delegada.