A rede pública têm um percentual maior que a privada de pacientes em ventilação mecânica – Marcello Casal Jr./Agência Brasil.
Do começo da pandemia até 26 de maio de 2021, 54% dos pacientes internados por covid em UTIs (unidade de terapia intensiva) públicas morreram. A taxa é de 30,4% nos hospitais privados. A diferença é de 23,6 pontos percentuais. Os dados são do projeto UTIs brasileiras.
A rede pública também têm um percentual maior que a privada de pacientes intubados: são 21,9 p.p. de contraste.
Os números são de 641 hospitais (398 públicos e 243 privados) monitorados pelo projeto UTIs brasileiras. São compilados pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira para servir de benchmark a gestores de saúde.
As unidades de saúde monitoradas pelo projeto estão em situação melhor que a média do Brasil, segundo o médico intensivista e coordenador do projeto, Ederlon Rezende.
Rezende diz que os pacientes costumam chegar em estado mais grave nos hospitais públicos e cita a demora para o acesso ao leito, a infraestrutura de menor qualidade e a tendência daqueles que usam o sistema terem uma saúde mais deficitária.
“Quando você tem uma maior disponibilidade de leitos ‘per capita’, como você tem no privado, sobra espaço para quem não é tão grave”, diz Rezende. “Quando você tem uma menor disponibilidade, como é o caso do público, os poucos leitos que sobram recebem quem é muito grave”.
Ambas as redes devem sentir os impactos da vacinação contra a covid na mesma velocidade e intensidade, segundo Rezende. O motivo: a campanha ser gratuita e igualitária. O médico afirma que a compra de doses pela rede privada poderia mudar essa dinâmica.
Fonte:Poder 360