b) publicado o edital, são inscritos no exame candidatos interessados em ingressar na carreira mediante fraude e também os chamados “pilotos”, membros da quadrilha que se inscrevem no certame para fotografarem o caderno de questões com microcâmeras durante a prova;
c) no dia do exame, após fotografarem as questões e ter decorrido o tempo de permanência em sala de aula, geralmente de uma hora, os “pilotos” saem do local de prova e repassam as fotos das folhas de questões ao líder da organização;
d) este, por sua vez, providencia a correção das questões com o auxílio de outros comparsas;
e) finalmente, as respostas são repassadas aos candidatos por meio de “ponto eletrônico”, dispositivo intra-auricular de comunicação, que se conecta ao celular do candidato.
Os candidatos pagam à organização criminosa dez vezes o valor do salário do cargo pretendido pelas respostas da prova. Abaixo, imagens dos dispositivos similares aos que são usados para fraudar o certame:
À esquerda, microcâmera fotográfica dissimulada em forma de botão de camisa. À direita, dispositivo intra-auricular de comunicação. O dispositivo intra-auricular é tão pequeno que é acompanhado de um ímã para retirá-lo do ouvido depois de usado.
Para apoiar os trabalhos investigativos a Polícia Federal usou o S.P.A.D.E., sigla para Sistema de Prospecção e Análise de Desvios em Exames, software desenvolvido pela própria Polícia Federal para subsidiar apurações de fraudes em concursos públicos e exames. O sistema é alimentado com os gabaritos dos candidatos que fizeram a prova e varre as respostas em busca de coincidências, apontando os candidatos que apresentaram maior número de coincidências nas respostas e indicando se aquelas coincidências eram ou não esperadas. Os relatórios do sistema são encaminhados concomitantemente à perícia, para validação e análise estatística, e ao delegado do caso, para que proceda à investigação criminal com os policiais federais que compõem sua equipe.
Os investigados responderão, de acordo com sua participação, pelos crimes de organização criminosa (art. 1º, § 1º, Lei 12.850/2013) e fraude em certames de interesse público (art. 311-A do Código Penal), cujas penas, somadas, vão de 4 a 12 anos de reclusão.
Foram expedidos 14 mandados de prisão e 22 mandados de busca e apreensão (09 Alagoas; 03 São Paulo; 04 Rio de Janeiro; 03 Paraná; 03 Rondônia)
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Fonte: DPF