sexta-feira, outubro 4, 2024
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Caso de bebê desaparecido em RO é reaberto e mãe contesta incineração

Caso de bebê desaparecido em RO é reaberto e mãe contesta incineração

A mãe do bebê Nicolas Naitz, desaparecido desde 23 de maio de 2014, prestou depoimento na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), na manhã desta segunda-feira (27), em Porto Velho. As investigações foram retomadas após determinação do Ministério Público (MP/RO), em fevereiro deste ano. A Polícia Civil (PC) já havia encerrado o inquérito sobre o caso, com a conclusão de que o corpo do bebê foi incinerado por engano, por funcionários de uma empresa terceirizada do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro.

A mãe contesta o inquérito e acredita que Nicolas ainda esteja vivo. “Não acredito nessa história. Eles falam que meu bebê foi incinerado, mas se foi, me mostre o DNA dos restos mortais. É um direito meu”, contesta Marciela Naitz, mãe do bebê. Além da suposta incineração, a família do bebê também exige respostas em relação ao Centro Materno Infantil Regina Pacis, maternidade onde o bebê teria morrido.

Além disso, há determinados elementos nas gravações do circuito interno da maternidade, envolvendo uma médica que não teve o nome divulgado pela imprensa, além da presença de um motoboy que também não foi localizado até hoje, informou o advogado de Marciele, Renan Maldonado.

“As nossas perguntas mais pertinentes são em relação ao Hospital Regina Pacis. Qual a razão do bebê não ter sido levado para o oratório (local onde se faz o velório do bebê), mas sim direto para o necrotério e sem autorização da família?”, exemplifica. Segundo o advogado, o motoboy não foi identificado. A médica chegou a ser indiciada, mas depois a polícia concluiu que não havia material probatório o suficiente para incriminá-la.
“A questão de que um bebê foi incinerado, é certo que foi. Mas nós queremos saber se realmente foi o Nicolas”, finalizou Maldonado.

Segundo a Diretoria Geral da Polícia Civil, a DEPCA tem prazo de 30 dias para concluir o inquérito, mas o prazo pode ser prorrogado. Já o delegado da DEPCA, Tadeu Bancalari, não quis ceder entrevista porque o caso é segredo de Justiça.

Entenda o caso

Os pais de Nicolas moram em Cujubim (RO), distante 224 quilômetros da capital do estado. Em 22 de maio de 2014, quando Marcieli entrou em trabalho de parto, no hospital do município, os médicos recomendaram a transferência para Porto Velho. Na viagem, a ambulância teve que parar em Candeias do Jamari, porque a Marcieli Naitz já estava em trabalho de parto avançado. O nascimento ocorreu no hospital da cidade e, de lá, a mãe e a criança foram encaminhadas para Porto Velho. Marcieli foi direto para o Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro e Nicolas foi transferido para a UTI neonatal do Centro Materno Infantil Regina Pacis, onde teria falecido.

A família foi informada de que o corpo deveria ser levado para o Hospital de Base, já que a maternidade não possui câmara fria. A avó do recém-nascido acompanhou o trajeto na ambulância, mas diz não ter sido autorizada a conferir o que estava dentro do lençol que envolvia o corpo. No dia seguinte, quando a mãe de Nicolas teve alta e foi buscar o bebê, juntamente com funcionário da funerária contratada pela família, foi informada de que não havia sido registrada a entrada de qualquer corpo de criança no necrotério do hospital.

Investigações

Após seis meses de investigação, a Polícia Civil concluiu que o cadáver do recém-nascido foi incinerado por engano. Foi apurado que um funcionário da empresa Amazon Fort, responsável pela coleta dos materiais, como restos mortais e lixo hospitalar, e pelo incinerador do Hospital de Base, localizado na BR-364, levou equivocadamente o corpo de Nicolas para a incineração. Na empresa, outros empregados notaram um corpo no meio do lixo hospitalar a ser incinerado, mas receberam ordens para não mexer no material e o cadáver acabou sendo incinerado.

O sumiço do bebê foi comunicado à direção do Hospital de Base e à polícia em 23 de maio. No mesmo dia, a Amazon Fort foi comunicada pelo Hospital de Base para não incinerar o material coletado na data anterior. No entanto, um funcionário informou que a incineração já havia sido realizada. Policiais foram até a empresa e perguntaram sobre o corpo, mas os empregados negaram a entrada de qualquer cadáver de criança no local.
Após concluir o inquérito, a polícia informou que dois funcionários da Amazon Fort seriam indiciados.

A empresa questiona a conclusão sobre o caso sob a alegação de que o empregado apenas recolheu o material autorizado, que estava fora da câmara fria do necrotério e que, na data do desaparecimento do recém-nascido, o único resto mortal retirado do hospital foi um membro amputado. A Amazon Fort contesta ainda as informações de que funcionários viram o corpo no incinerador mas foram impedidos de mexer no equipamento, e informou que irá prestar o atendimento judicial necessário para seus colaboradores supostamente envolvidos no caso.

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G1

Aos leitores, ler com atenção Este site acompanha casos policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda-se ao leitor critério ao analisar as reportagens.
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