A saúde pública do município de Cujubim vive hoje uma crise sem precedentes em seus 19 anos de criação. Um surto de Gripe H1n1, que já levou a óbito dois pacientes, está deixando a população do município em polvorosa, bem como os servidores da saúde, que decidiu hoje entrar em estado de greve e iniciar uma paralisação a partir da próxima segunda-feira 6.
A declaração foi dada hoje pelo diretor do Sindsaúde, Golbery Paixão, após reunião com servidores da unidade de pequeno porte daquele município. Falta medicamentos (inclusive contra a gripe H1N1), médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pessoal administrativo e apoio. “Hoje, duas pessoas limpam a unidade ainda lavam a roupa de cama dos pacientes”, disse Golbery.
A falta de profissionais também o único problema. Os poucos profissionais que ainda trabalham na unidade denunciaram que não recebem plantão extra há três meses, além de estarem sendo submetidos a extensa jornada de trabalho. Até mesmo os motoristas estão sendo vítimas da jornada excessiva, em escala de 24h por 24h, com um no plantão e outro no sobreaviso diariamente.
A falta de médico nesta quarta-feira (31/07), levou a um cidadão se indignar, o Srº Milton de Souza que mora na Linha Leste Mato Grosso, disse que teve que fazer um exame no valor R$ 200,00 reais, mas não tinha médico para receber o exame, “o povo enxergou ele, e agora precisamos que ele nos enxergue”, disse Milton.
O presidente do Sindsaúde Caio Marin protocolado a pauta de negociação dos servidores com o prefeito Ernan Amorim, mas o acordo não foi cumprido. A administração conturbada da saúde do município pode ser constatada pelo troca-troca promovido pelo prefeito, que já mudou várias vezes de secretários de saúde nos últimos sete meses.
Na assembleia realizada hoje na unidade de saúde de Cujubim pelo Sindsaúde, os servidores aprovaram uma pauta de reivindicação que inclui o encaminhamento e implantação PCCR, elaboração do laudo da insalubridade, pagamento antecipado de diárias intermunicipais, pagamento de plantões e horas extras dentro do mês trabalhado, melhores condições de trabalho e de estar (repouso) com a colocação de banheiros masculino e feminino, além do fornecimento de equipamentos.
O prefeito já foi notificado da decisão e a categoria vai aguardar o decurso do prazo de 72 horas para uma negociação com a administração. Passado o prazo, a categoria automaticamente, sem prévio aviso, vai cruzar os braços no município. O assunto dominou o noticiário local e região e a população está sendo avisada da iminência da greve da saúde.
ASSISTA O VÍDEO: